Tenho feito muitas coisas, ou antes, poucas coisas que parecem muitas para mim. Ontem, por exemplo, desenhei uma catedral numa agenda vermelha (um dos melhores livros vermelhos desde Mao), e não ficou mal porque poderia ter ficado pior.
Li, outro exemplo, um pouco d'O Vermelho e o Negro, um livro que já discuti tanto e com tanta propriedade que quase parece que o estou a reler. Às vezes falo sobre um livro no café e só quando chego a casa é que me lembro que não o li. Acontece.
Passei, mais outro exemplo, os olhos pela imprensa americana; a propósito de um artigo sobre sensitivity readers, lembrei-me de uma frase encantadora de Joseph de Maistre: ”(…) il ne peut y avoir dans l´univers rien de plus calme, de plus circonspect, de plus humain par nature que le tribunal de l´Inquisition.”.
Enfim, conseguem ver que levo uma vida exemplar, ou, pelo menos, cheia de exemplos.
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